domingo, 9 de agosto de 2009

Solnado (1929-2009)


Reconheço que foi uma figura de referência, não tanto para mim, mas antes para a geração que me precede. Ainda assim, também eu vou ter saudades desse rosto: ainda na meninice entrava em nossa casa e reunia a família, em volta do televisor, para ver “A Visita da Cornélia”, (da qual não tenho muitas memórias, mas recordo-me dos adultos falarem da dita Cornélia) ou o “Há Petróleo no Beato” e desse, vi eu muitos episódios. Gracejos que aliviavam o cansaço dos pais e a nós, nos permitiam vê-los ali sentados, sorridentes, libertos da canseira e dos problemas do dia-a-dia, e (mais importante) disponíveis para lhes saltarmos para o colo ou tão só para a perna (o que era bem diferente).
O que nele, "Raul", me chateou imenso, foi o facto de tantas vezes ter entrado lá em casa e nunca me ter olhado nos olhos para esclarecer que o seu nome era Raul Solnado e não “Raul Soldado”, o malandreco! Sempre a brincar!
Era eu já crescida quando descobri a verdade.

Acima de tudo, transmitiu-me, a imagem de um homem bom.

Hoje congratulo-me por ter sido homenageado atempadamente, foi no dia 18 de Fevereiro, na Casa do Artista, aquando da Maratona do Humor.

Diz quem com ele se aventurou:
‘Ele mudou o sentido de humor, fez tudo o que tinha a fazer. Dificilmente alguém irá tão longe’ – Herman José

‘Vou recordá-lo para sempre. Quando se recorda uma pessoa para sempre, ela não morre’ – Nicolau Breyner

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