domingo, 26 de abril de 2009

A 19 de Maio de 1954 - foi Abril


Abril marca a vitória da liberdade, mas sobretudo a vitória dos que, ano após ano, sem medo, tiveram coragem para lutar pelo que lhes era mais importante.

Em 1954, para Catarina Eufémia, a residir no concelho de Beja, era importante garantir alimento para os filhos. A 19 de Maio, desse ano, Catarina e mais treze outras ceifeiras fizeram greve e reivindicaram, junto do feitor da propriedade onde trabalhavam, um aumento de dois escudos pela jorna. Veio o proprietário e a guarda.

Escolhida para representar as companheiras, Catarina a uma pergunta do tenente da guarda, terá respondido que só queriam "trabalho e pão". Como resposta teve uma bofetada. Ao levantar-se, terá dito: "Já agora mate-me." E o tenente Carrajola da guarda disparou três balas à queima-roupa.
Catarina Eufémia, de 26 anos, morreu, deixou três filhos, o mais novo com 8 meses. Era "de estatura mediana (1,65 m), de cor branco-marmórea, de cabelos pretos, olhos castanhos e de sistema muscular pouco desenvolvido".
No dia do funeral houve distúrbios, nove camponeses foram acusados de desrespeito à autoridade; a maioria destes foi condenada a dois anos de prisão com pena suspensa. Já o tenente Carrajola foi transferido mas nunca foi chamado a tribunal.

A trágica história de Catarina acabou por personificar a resistência ao regime salazarista.
Coragem invejável?
Fúria inconsciente? Loucura?
Revolta por demasiado tempo contida?...
Ou necessidade extrema?

Exemplo raro é com certeza!
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Outros crimes cometidos pelo Estado Novo, in: http://blog.ebserver.org/geral/breve-lista-dos-crimes-do-estado-novo-e-de-salazar

domingo, 19 de abril de 2009

falar...


"Para falar ao vento bastam quatro palavras, para falar ao coração são necessárias obras."
(Padre António Vieira)

sábado, 18 de abril de 2009

Cinco anos de sobrinha... e de perguntas! Avós??????

Bisavó ----- Avó ----- Pai

Sobrinha- Pai, a avó R. é a tua mãe?
Pai- Sim!
S- E é a mãe das tias? Porquê?
P- Porque a avó R. teve três bébes, o pai, a tia T e a tia K.
S- Tia, a avó R. é tua mãe??
Tia- Sim!
S- Tia, quem é a avó velhinha?
T- É a mãe da avó, e por isso avó do pai e das tias.
S- Não! Ela é minha avó!
T- Sim, mas a avó velhinha é avó duas vezes... tua e do pai. Por isso é tua bisavó.

Sinceramente acho que ela não percebeu nada. Não, pois não?

É muita avó para cinco anos.
E são poucos anos para perceber o significado de "bi".
Vou imprimir esta imagem para lhe oferecer, talvez ajude!???
Uma certeza ficou... "a sobrinha" é mais rica que o pai e as tias, tem 3 avós (1 é a bi) e 2 "avôs".

(Almoço de Páscoa 2009)

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Páscoa, à procura de um sentido

Praia e sol?
(Bronzear... Só isso?)

Apanhar o avião e partir?
(Fugir?)
Salpicos de mar e/ou de espiritualidade?
(Uma coisa não exclui a outra?)

Comer "ovos de Páscoa"? E amêndoas?
(Dizem os miúdos. E os graúdos?)

Ouvir lamentos, silenciados?
(Tão só escutar. E quem não precisa de falar?)
Amizades fortalecidas?
(Amigos de sempre e para sempre! - sem dúvida.)

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Tranquilidade? (Relaxar.)
Família? (Saborear devagarinho.)
Tempo para nós? (Ler, reflectir, preguiçar, ver TV e dormir a sesta.)
Fazer folares? (Ahhhhhhh- recordar a infância.)
Partilha de tempo com quem importa? (Visitar e ficar, ficar!)
Ir a casa de Jesus, sexta-feira Santa, Sábado de Aleluia ou Domingo de Páscoa? (Alimento para a alma)
Reconciliação com Jesus, com o mundo ou connosco? (Leveza no intimo.)
Fortalecimento da alma? E do corpo? (Sim, ambos, (repor os 2 quilos perdidos).)
Formulação de novos propósitos para um amanhã mais espiritual? (Tentar.)
Renascer? (Como o Natal? Nascer de novo.)
... ...
Que indefinição, que confusão!
Tantos sentires diluídos, numa miscelânea de gentes, culturas, valores e princípios que, subtilmente, também me vão fazendo a mim.
Hoje, quero que, a minha Páscoa, seja sobretudo Alegria, Amizade, Paz e ... Alegria, Amizade, Paz... e Alegria, Amizade, ... quietude interior!

sábado, 4 de abril de 2009

Serenar




E tive tempo para serenar.
Tive tempo para estar, tempo para ouvir e até calar, para falar de vós e de mim,
de cansaços e alegrias, dores, inseguranças, projectos e conquistas...
Passado, presente e futuro.
E tive tempo!
Tempo para falarmos de tudo e de nada...
Tempo e serenidade para, ao vosso lado, sentir as vibrações da natureza, os aromas de cada árvore imponente, atravessar a "tempestade" de esvoaçantes "flocos de neve" cor-de-rosa... deslizar no caminho empoado... e ver as rãs saltitonas!
Tempo para falarmos de tudo e de nada...
Ah... este tempo de partilha que me serena a alma....
Um luxo! - tenho de concordar com a nossa "Cretty" - Luxo, é quando ainda nos é permitido ignorar esse malvado tempo que nos tem vindo a escravizar...
Urge ter tempo para partilhar!

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Abandono

Abandonei as responsabilidades para brincar.

E vi a curiosidade, pelo movimento rápido e/ou lento dos carrinhos e bolas coloridos, naqueles olhitos de 11 meses.

E vi a destreza, em manipular brinquedos "de meninos" (diz-se), naquelas mãos, de menina, com 5 anos.


E vi tantos sorrisos nos meus mais que tudo.

Os mais bonitos sorrisos!

E inundou-me a felicidade. Uma felicidade incomensurável.

Mas porque pensam algumas pessoas que são os únicos seres que importam?

A MÃE num dia de partilhas só nossas

E eis que chegaram todos para jantar.
Mas... nem está boa?

Nem como correu o seu dia... nem está triste? Está cansada?
Provavelmente nem olharam para a "dona da casa", que estava adoentada, cansada e frágil. Até tinha passado o dia inteirinho nas urgências do Hospital (mas não contou a ninguém - ninguém perguntou!).
É sempre delicioso partilhar momentos com aqueles que importam, mas "ele há com cada uma".
Fico espantada quando, até em período de férias, se pede o favor de "me passar a roupa a ferro". Com maior ou menor ginástica, com maior ou menor número de horas roubadas ao sono, sem ter de trabalhar no dia seguinte, acho que conseguimos tomar conta da roupa... não?
Tive de falar, tive de me meter onde não era chamada:
- "Não! A Mãe precisa descansar!"
Não posso ver estas coisas.
Sempre sobrecarregada. Não pára nunca, em prol da sua prole, por isso está assim - doente. Bolas!
"Mãe" também precisa de férias, de descanso.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Sementes valiosas





"Em cada semente lançada à terra um novo milagre de pão",

podia ler-se algures por aqueles dias.
Mas no meu íntimo, aqui dentro do peito, vi em cada semente lançada à terra um milagre de amor. Aquele amor de Mãe... indizível... como só a nossa pode amar-nos.
Um amor que escolheu os vasos mais bonitos,
Um amor que colheu a terra mais fértil debaixo de carvalhos,
Um amor que seleccionou as melhores sementes,
Um amor que as lançou à terra, regou e mimou cada dia.

Um amor incondicional, um amor incansável, um amor sem explicação...
que só pode ser de MÃE.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Justificar


Parece que preciso de me justificar... É, acho que sim, de certa forma sim... mas será a mim mesma???
Pareço ter calçado um sapato apertado! Que me deixa desconfortável.

Fácil, não é!

Porque existe, aquela coisa, chamada consciência... e por vezes sinto-me "indecente" (acho que não é esta a palavra certa, mas vou deixá-la)... porque EU SOU CONTRA este modelo, (algum tem de ser implementado), na verdade também não posso fugir.
E fugir para quê? Se na próxima esquina (ano) serei apanhada.

Decisão tomada, assunto arrumado e não vou voltar a este ponto! Outros há para dar andamento.