terça-feira, 26 de abril de 2011

POr X

Por vezes sinto-me triste...
A solidão torna-me vulnerável às memórias de outros dias tão mais felizes, tão mais sorridentes e preenchidos.
Três meses passaram... acalmou-se a raiva e a energia da revolta e agora sim... o meu ego...
agora sim volto a senti-lo e tenho-o nas mãos... feito em pedaços...
Tento recompor-me...
É fundamental reunir os cacos e colá-los bem certinhos. Um puzzle laborioso, que pelo que antevejo, vai demorar uns bons meses. O último puzzle que fiz - Guernica- tinha 3000 peças e demorei um ano. Este agora tem bem mais, mas nunca foram contadas.
Por vezes sinto-me triste...
Muitas ainda sinto-me triste... não quero saber, não lhe dou confiança, fujo... mas no meu intimo sinto-o.
Quem dera saber qual o fio a desligar, esse que permitiria esquecer todos os "ONTEM" e tão só pensar no amanhã.
Por vezes sinto-me triste...mas não será legítimo??

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Mãe Natureza


Um dia só para mim...
Mergulhei no silêncio da casa, aproveitei o meu sofá alfazema, esse que tem permanecido tão vazio nos últimos meses, estendi-me, relaxei e deixei-me adormecer.
Sentei-me na cadeira da varanda e entreguei-me à leitura, deixei-me envolver vagarosamente no calor do sol, no azul do céu e na paz e conforto do meu espaço.
O sol estava quente demais, sem tirar os olhos do livro, fiz a cadeira deslizar para a sombra...
O fim da tarde avançou e com ele as nuvens. O azul, o calor e a luz que enchiam a varanda extinguiram-se.
Poucos segundos e descia do alto, à minha frente, uma cortina de gotas de água.
Ficou frio, mas eu não resisti em permanecer entregue àquele prazer.
Fui buscar um agazalho e continuei ali mesmo "vendo" o desenrolar da minha história, sentindo o calor a voltar aos membros inferiores, ouvindo o som da chuva e aquele aroma a terra molhada entrou em mim.
Tão bom sentir a Mãe Natureza.