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Por estes dias vou vivendo estranhas emoções.
Emoções confusas que, ao reflectir, imagino sejam as mesmas de muitos pais. Dos que de facto se preocupam com a educação dos seus filhos.
Não, ainda não vou ser mãe. Apenas sou DT.
O afecto que cresce por aqueles sorrisos bonitos e a necessidade de educar, mostrar caminhos alternativos, definir regras, exigir o seu cumprimento, orientar em dimensões que já deveriam ter sido trabalhadas há muito.
A instituição deixa-me absolutamente por minha conta. Uma turma que a 15 de Novembro conta 32 participações. Sim 32.
Tantas e o que fazer com elas?
A DT é que toma decisões. A Dt tem autonomia para actuar. Peço ajuda ao Conselho de Turma e 45 minutos de conversação têm como conclusão: nada, adiamos para a reunião de avaliação de Dezembro! Nada de trabalho, nada de responsabilidades.
Eu tentei avançar.
Li o Regulamento Interno da Escola de trás para a frente, Subsecção III - Disciplina - e lá estava, medidas correctivas relacionadas com educação cívica e educação para a cidadania.
Horas a fio mergulhada no assunto. Relatórios para a Direcção, recolha de possíveis tarefas a desempenhar pelos alunos, horários dos transportes, análise do horário da Turma, horários dos vários sectores, etc, etc,etc.
E quatro processos são entregues, em mão, na Direcção com relatório, fotocópia das participações, sugestões de tarefas a desempenhar, onde, dia e hora.
- Ah mas a Direcção não tem de receber essas participações! (Ouvi eu).
- Mas o Regulamento Interno diz que a Direcção tem de aprovar. (Retorqui).
- Sim? Deixa cá ver. Ah pois é, pois, pois, deixa ficar.
Direcção aprova? Não aprova?
E sim, saiu o ansiado "Aplique-se!"
Recomeça a maratona:
Convocar E.E., agendar reuniões de acordo com a disponibilidade deles, a qualquer dia/hora, elaborar documentação para os EE tomarem conhecimento das medidas correctivas e horários, redigir informações para a(s) funcionária(s) de serviço naquele(s) sector(es) e àquela hora, reunir com os quatro EE e depois com estes e o respectivo aluno... ... Houve acatamento, zangas feias, revoltas, lágrimas, ... ... incompreensão e intolerância ... e eu ali no meio! Eu não fui feita para isto!
Mas na verdade eu não podia continuar a ouvi-los dizer:
- "O ano passado portava-mo-nos pior e ninguém fez nada!"
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E agora, como DT tenho de estar presente quando cada um deles (duas vezes cada um) realizar as ditas medidas correctivas de carácter disciplinar.
Exauta! É como me sinto! Exausta!
E pergunto: o castigo é para eles ou para mim????????
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