Toda a eternidade cabe num segundo. E o que é um segundo? Um momento? Um instante? E, além disso, esse momento, esse instante que se capta, e a captação de uma realidade do presente ou, apesar de um segundo apenas, ela é já passado, e inexoravelmente passado, porque simplesmente o presente não existe? Tantas perguntas, tão poucas respostas, muitas dúvidas, nenhumas certezas, ou melhor, uma certeza apenas (...). E essa certeza é a de que, arrancados à vida, todos estes momentos são ao mesmo tempo passado e futuro, e isso é razão fundamental para perpetuar a arte, que o mesmo é dizer, perpetuar a vida. Essa vida feita de encontros e de desencontros, de ternura e de lágrimas, de riso e de tristeza, de desilusão e de esperança.
Joaquim Pessoa